Anuska

sou amiga, divertida, sempre alegre... gosto de pessoas honestas, sou timida...

quarta-feira, março 08, 2006

Cadamosto











Cadamosto comerciante e navegador Italiano, era muito jovem quando aportou ao Algarvee, entusiasmado pelas viagens portuguesas ao longo da costa africana, colocou-se ao serviço do infante D.Henrique que aceitou a oferta.

Cadamosto ou Cádo Mosto, como também é conhecido, participou em duas viagens à costa da Guiné e sobre elas escreveu um relatório.

O texto do veneziano é fundamental para o conhecimento da extensão das viagens henriquinas ao longo da costa de África , pois completa os dados fornecidos pelo cronista Gomes Eanes de Zurara.

O relato do navegador Italiano, várias vezes editado, tem sido objecto de críticas e de interpretações variadas mas, de qualquer modo, não parece correcto negar-lhe objectividade, e é sobretudo injusto diminuir os méritos inegáveis do veneziano.

Não era só o Infante quem gastava na organização das expedições.

De facto, armar caravelas, fazer o seu equipamento, fornecer provisões, remunerar a tripulação, tudo importava em grande despesa.

Resultou disso que se realizaram bastantes viagens marítimas que, embora levadas a cabo sob orientação e com licença de D. Henrique, foram custeadas por rendas e dinheiro de particulares, burgueses e nobres.

Também não eram só os portugueses quem participava na empresa dos Descobrimentos.

Havia estrangeiros. Uns chegavam por sua iniciativa, como o Valarte que era da corte do rei da Dinamarca. E outros vinham por convite do Infante, como foi o célebre veneziano Cadamosto que, por duas vezes, levou o seu navio até aos litorias da Guiné, na latitude das ilhas de Cabo verde, situadas a estibordo.

A essas paragens chegaram, de seguida, Diogo Gomes que navegou pela foz do rio Geba e conheceu as Ilhas Bijagós.

Mais tarde ele própio e António de Nola iriam achar a parte oriental do arquipélago de Cabo Verde; as ilhas ocidentais ficariam para depois, à espera da viagem do capitão Diogo Afonso.

Tudo isto acontecia numa altura em que o rei D. Afonso V começava as campanhas de África com a atenção especial voltada para Marrocos.

1456 Cadamosto navega até à Guiné.


O Tabaco






O tabaco é uma planta que pode atingir 2 m. de altura e cujas folhas medem até 60 e 70 centímetros de comprimento; as flores dispostas em cachos ou em canículas, são vermelhas, amarelas ou brancas.

Certas espécies constituem belas plantas ornamentais: tabaco branco, cheiroso, de grandes flores, deperfumaria muito suave; tabaco de flores compridas, cuja corola é primeiro branca, tornando-se purpúrea; tabaco gigante, notável pela sua abundante esoberba fluorescência; tabaco tormentoso, tabaco de folhas de wigandia,etc. As suas espécies comerciais mais importantes são a nicotina trabucam ea nicotina rústica.

Chama-se vulgarmente erva-santa.
Sabe-se que o tabaco é de origem americana; no entanto, há escritores como Lotario Becker, que pretendem que seja uma planta asiática, e que pode ter sido levada em tempos muito remotos para o Novo Continente.

Becker demonstra que na Pérsia, por exemplo, cultivou-se e fumou-se uma ou talvez mais espécies de tabaco, muito antes da descoberta da América.

Outros supõem que o tabaco é uma erva africana, baseando-se em que não é crível que este vegetal pudesse generalizar-se tanto em todo aquele continente, e enraizar-se em usos tão diferentes nos costumes dos povos depois do descobrimento da América.

Alguns viajantes da Austrália, com iguais argumentos, sustentam que o tabaco é oriundo do norte daquele continente, e citam em seu favor as comunicações de Cook, Gregory, e outros, sobre plantas narcóticas que viram mascar, fumar ou sorver em forma de pó.

O que é certo, é que em partealguma se menciona, que o tabaco existisse na Europa antes dodescobrimento da América, o que leva a crer que seja esta efectivamente asua verdadeira pátria.

Cristóvão Colombo, em 1492, abordou a ilha de S.Salvador, e fê-la reconhecer por Luís de Torres e Rodrigo de Jerez, os quais notaram, nas margens do rio Canau, que os habitantes de ambos ossexos fumavam por meio dum instrumento, denominado pelos indígenas 'tabacos',composto dum pequeno tubo, dividido em duas partes, de diferente calibre;introduziam a mais estreita na boca para absorver o fumo; a mais largaservia para conter folhas secas de cohiba, nome dado pelos naturais da ilha Guanahani (S. Salvador) à nicotina.

A maioria, porém, desta pobre gentesubstituía o tubo pelas próprias folhas enroladas, em guisa de toscocharuto, constituindo os chamados canudinhos.

Segundo alguns, não pertence a Colombo a descoberta da erva-santa, mas a Grijalva, que dizem tê-la estudado quando visitou a ilha de Tabago ou Tabaco em 1518, opiniãoinsustentável ante os factos históricos.

A ilha de Tabago foi reconhecida em 1498 por Colombo e ocupada, em 1632, pelos holandeses; Fernando Cortez,na viagem à América, viu em Tabaco os naturais consumirem o tabaco, e em1518 enviou a Carlos V de Espanha as sementes que pôde ali obter.

No mesmo ano de 1518, o missionário espanhol Frei Romano Pane enviará da América,para onde fora em companhia de Colombo, algumas sementes de nicotina, ao mesmo imperador Carlos V. Hernandez de Toledo, fidalgo e médico espanhol,trouxe de S. Domingos, em 1559, sementes para Espanha e Portugal; depois Jean Nicot, embaixador de Francisco II, de França, junto à corte de D.Sebastião, de Portugal, no tempo que decorreu de 1559 a 1561, obteve-as dumflamengo e semeou-as no seu jardim, reconhecendo nas plantas que vingaram qualidades recomendáveis.

Por este facto remeteu alguns pés para Paris em1560, com destino a Catarina de Medicis; daqui vem a chamar-se ao tabaco erva ou pó da rainha, porque apenas o aproveitava pulverizado.

Também sedenominou nicociana ou erva do embaixador, por ter sido Nicot que ointroduziu em França.

Nesse tempo era igualmente conhecida por erva-santa,em virtude das qualidades medicinais que então lhe atribuíam. Já os índios a supunham remédio (eficaz para a cura de todas as doenças, pela embriaguez que o habito tornava agradável.

Os europeus consideravam o tabaco umaverdadeira panaceia; remédio infalível para as enxaquecas, pneumonia,chagas, gota, raiva e servindo até como narcotizo, aperitivo, etc. Ocardeal de Santa Cruz, núncio apostólico em Portugal, foi o primeiro que oenviou para Roma;. É muito curiosa a história do tabaco, pelo desenvolvimentoextraordinário que tomou desde que se conheceram as suas muitaspropriedades.

Hoje cultiva-se em quase todos os países do mundo.

O seuaspecto como as suas qualidades são muito variáveis segundo os Iugares deprodução. A Vuelta Abajo (ilha de Cuba) fornece as folhas de havano, dumcusto muito elevado por causa do seu aroma delicioso. Sumatra e Java dãofolhas muito finas, de cor clara, utilizadas para a capa dos charutos.

OBrasil (província da Bahia) produz bons tabacos para o interior doscharutos. Os Estados Unidos colhem uma enorme quantidade de tabacosservindo para o fabrico dos seaferlatis (Kentucky, Maryland, Ohio,Virginia).

A Turquia e a Ásia Menor fornecem folhas de pequenas dimensões,de cor amarela e dum aroma especial muito penetrante. No ponto de vista químico, o tabaco é caracterizado pela presença dum alcalóide especial. anicotina.

O tabaco aplicava-se primitivamente, em alguns pontos, comosimples adorno, e em outros, como medicina.

Parece que o hábito de se fumar foi introduzido primeiro em Inglaterra, em 1585 por sir Francis Drake,que de volta da Virgínia, propagou e ensinou a manipular o tabaco, segundoo processo dos naturais daquela região.

Então abriu-se a primeira casa devenda para o consumo da planta em França, e em Espanha supõe-se ser o usodo tabaco de fumo, devido a um frade espanhol, residente muitos anos nailha de S. Domingos.

O gosto da substância fornecia grandes proventos aosestados apesar de se reconhecer que era pernicioso ao organismo.

Parece que foi no princípio do século XVII, pouco mais ou menos, que em Portugalcomeçou o seu consumo com uma importância sempre crescente, dandoorigem a um pequeno imposto arbitrado pelo rei, imposto este, que foi dia adia aumentando com a gradual progressão dos lucros, que os comerciantesauferiam.

Antes da aclamação de D. João IV, o contrato do tabaco foiarrematado pelo espaço de 3 anos na corte de Madrid, por um português em40$000 reis por ano; passado esse prazo, Inácio de Azevedo, tambémportuguês, o ajustou por 60$000 reis, mas tendo falecido, passou de novo ocontrato ao primeiro.

Foi subindo de ano para ano, e em 1640, foi o contrato arrematado por 10:000 cruzados, e em 1674, por 66:000 cruzados.

Do ano de 1675 em diante rendeu o tabaco 500:000 cruzados até um1 milhão de cruzados, e no ano de 1698 aumentou o dito contrato a 1 milhãoe 600:000 cruzados.

Finalmente nos anos de 1707 e 1708 o castelhano D.João António de la Concha trouxe o contrato do tabaco arrendado por 2milhões e 200.000 cruzados, em cada ano, não com pequena admiração daprodigiosa química, com que pó e fumo, em prata e ouro se convertiam.

Assimse conservou algum tempo, para do novo retomar o aumento progressivo e chegar afinal à importância de 1520 contos anuais, que foi o preço docontrato que findou em 1864. Tendo sido abolido por lei das Cortes omonopólio do tabaco a contar do 1º de Janeiro de 1865, foi posto em praçapublica o contrato pelo segundo semestre de 1864, e arrematado por umacompanhia, juntamente com o edifício, maquinas e utensílios da fabrica, por1:410$500 reis.

A companhia havia sido instalada em 1845, por, ordem dogoverno, no edifício do antigo convento de Xabregas.

Ao princípio foi este monopólio arrendado sem concorrência.

Depois introduziu-se o uso de se darem arrematação em praça pública a quem oferecesse maior lanço, para o quese organizavam companhias de capitalistas.

É esta a origem da actual empresa 'Tabaqueira'.